“O corpo humano não foi feito para ficar parado”. A afirmação feita pela Prof. Andrea Deslandes (CREF000734G-RJ) embasa o estudo sobre a influência do exercício físico na prevenção de doenças em idosos, apresentado pela especialista na I Convenção em Gerontologia SBBG, realizada entre 1 e 2 de dezembro, no Rio de Janeiro. O evento contou com outros destaques da categoria, que contribuíram para mostrar a importância da profissão no cenário da saúde brasileira.
Segundo Prof. Andréa Deslandes, o exercício físico pode contribuir na manutenção da saúde física e das funções cognitivas, além de estar associado à prevenção de doenças mentais relacionadas ao envelhecimento, como a Doença de Alzheimer, Parkinson e Depressão, de grande prevalência no idoso. Entre as conclusões do estudo está a constatação de que a prática de exercício físico pode aumentar em 50% as reservas funcionais em idosos, independente da idade, além de melhorar o humor, o desempenho cognitivo e reduzir a ansiedade.
Depressão e Alzheimer
Ao analisar somente a depressão, o estudo constatou que o treinamento aeróbio se mostrou melhor para a resposta clínica e o treinamento de força melhorou a capacidade funcional dos idosos. “Depois de um ano, 90% dos voluntários não apresentavam mais o quadro da doença”.
No estudo também foi utilizado um treinamento sem carga e sem intensidade em um ambiente propício à interação, único que não apresentou mudanças. “Isso nos mostra que o contato social não basta para o tratamento da depressão. É importante ter orientação de um Prof. de Educação Física habilitado no Conselho para ter maior controle da atividade e dos sintomas”.
Quando pensamos nas demências, como o Alzheimer, o estudo apresentou uma melhora de 45% no quadro da doença entre os pacientes que praticavam exercício Físico, além de melhorar a condição cardiovascular e o volume do cérebro. Após quatro meses de caminhadas na esteira, em velocidade máxima de 5 km/h, duas vezes na semana, foi possível detectar melhora na função cognitiva e redução da apatia.
A mesa foi mediada pelo presidente do CREF1, Prof. André Fernandes, que afirmou notar a preocupação dos estabelecimentos em oferecer serviços específicos para a faixa etária. “Nas últimas duas décadas, a profissão vem crescendo e se posicionando cada vez como pertencente a saúde. Estudos como esse só confirmam que estamos indo na direção certa”. O presidente concluiu que somente um Prof. habilitado no Conselho pode prescrever e orientar exercícios. “Nós temos o conhecimento necessário para prescrever o melhor exercício para cada necessidade”.
Outros Profissionais de Educação Física do Rio de Janeiro participaram do evento, entre eles: Paulo de Tarso Maciel Pinheiro, doutor em Neurociências pela Universidade Federal Fluminense (UFF), mestre em Biociência da Atividade Física pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRRJ) e professor assistente do Instituto de Educação Física da UFF; Rodrigo Terra, doutor em Ciência do Exercício e do Esporte pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro e mestre em Educação pela Universidade Católica Dom Bosco (UCDB); entre outros.
Prof. Andrea Deslandes é licenciada em Educação Física pela UFRJ, pós-doutora em Epidemiologia pela Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP/FIOCRUZ), Doutora em Psiquiatria e Saúde Mental pela UFRJ, docente permanente de Pós-Graduação Strictu Senso em Ciência do Exercício e do Esporte na UERJ e coordenadora do laboratório de neurociência do Exercício (LaNEX).