Carioca nascido em Jacarepaguá, o vereador Felipe Michel é membro da Frente Parlamentar da Educação Física da Câmara Municipal do Rio de Janeiro. Junto com Luciana Novaes, instituiu a lei 6.577/2019, que trata sobre o programa de Educação Física Adaptada nas escolas públicas e particulares, assegurando o direito de participação desse público nas atividades. Conheça um pouco da história do político na entrevista abaixo:
Como começou a sua história na política?
Na verdade, desde menino eu sonhava em ser jogador do Flamengo e depois vereador. A vida acabou fazendo essa transição mais rápido do que eu imaginava, pois parei de jogar muito cedo, aos 27 anos. Como meu pai já trabalhava com política, eu via como era possível ajudar tanta gente, o meu bairro, a minha cidade, entrando para este mundo. Comecei fazendo campanha para amigos, depois fui para uma Secretaria, até consolidar meu nome e conseguir ser eleito vereador.
Você tem uma relação estreita com o esporte. Foi jogador de futsal e futebol profissional e chegou a jogar em clubes do exterior. Essa relação o motivou a defender as causas da categoria?
Com certeza! Como comecei bem cedo no esporte, vi e vivi as dificuldades enfrentadas por quem quer se tornar um jogador profissional e também por quem encerra sua carreira, às vezes precocemente, como foi o meu caso. Por isso tenho um projeto de lei chamado Prorrogação, que visa ajudar ex-atletas a voltar a estudar em colégios ou universidades e encontrar um novo rumo para a vida pós-futebol ou qualquer outra modalidade esportiva.
Recentemente foi aprovada a lei nº 6577 que trata sobre o programa de Educação Física Adaptada nas escolas públicas e particulares. O artigo II estabelece que um dos objetivos desse programa é favorecer a divulgação e conscientização da sociedade com o intuito de construir uma cultura de educação inclusiva. Como seria feita essa conscientização?
Felizmente, cada vez mais o tema da inclusão está sendo debatido na nossa sociedade. Uma das consequências disso é que as escolas estão abrindo as portas para crianças com as mais diversas deficiências. Mas, dependendo da deficiência, a aula de Educação Física acaba as excluindo. Foi nisso que pensei quando decidi criar esta lei. Tendo aparelhos especiais e profissionais especializados a inclusão fica ainda mais completa, digamos assim. O esporte é essencial para a formação do indivíduo, e ele tem que fazer parte da rotina de toda criança.
Aproximadamente quantas escolas públicas municipais e particulares do RJ já foram impactadas com essa lei? Poderia falar um pouco sobre cada um deles ?
A lei foi sancionada pelo prefeito no final de maio. O objetivo é que todas as escolas, tanto públicas como privadas, se adequem a ela, e isso vai acontecer aos poucos. O mais importante é que o poder público e os diretores entendam os benefícios imensos que a lei vai trazer e começar a preparar seus profissionais para atender as demandas que existem e que surgirão.
Há outros projetos em andamento que visam melhorar as condições da categoria (Educação Física)?
A Lei de Incetivo ao Esporte do município com certeza é a lei por enquanto mais importante do meu mandato, onde gastos com ISS terão parte de suas receitas abatidas para os financiadores de projetos esportivos e pessoas públicas. É uma vitória para a cidade olímpica e para o esporte do Rio de janeiro.
Hoje eu faço parte da Frente Parlamentar em defesa da Educação Física na Câmara Municipal, cujo objetivo principal é defender a categoria tanto nos projetos que valorizam a profissão quanto nos projetos que prejudicam. Aprovei, além da Educação Física Adaptada nas escolas, no ano de 2018 a Lei 6363/2018 que garante que as aulas de Educação Física em todos segmentos sejam ministradas única e exclusivamente por profissionais de Educação Física. Há na casa ainda projetos sobre profissionais de Educação Física nos condomínios, programa de suporte básico de vida entre outros. A ideia é batalharmos para aprovação destes projetos.
Como ex-atleta, o profissional de Educação Física sempre me ajudou, como vereador da cidade chegou a hora de eu retribuir, o meu gabinete é da Educação Física.
Qual é o maior desafio que você enfrenta como Vereador?
Todos os dias quando acordo e levanto da cama me deparo com um novo desafio. Procuro conversar com a população, abrir meu gabinete para entender as necessidades dos cariocas, fiscalizar se as leis estão sendo cumpridas. O grande desafio é voltar para minha casa, à noite, com a sensação de dever cumprido, saber que ajudei as pessoas, que contribuí para mudar a realidade da minha cidade. É um tijolo por vez, que no fim vira uma grande construção.