A Academia Americana de Neurologia atualizou, no fim do ano passado, uma diretriz que reviu várias pesquisas sobre o comportamento do cérebro humano de pacientes com comprometimento cognitivo leve (CCL), principalmente de algumas funções como a memória e sua relação com o exercício físico regular. A conclusão foi de melhora neurológica quando eram associados aos atuais precários tratamentos farmacológicos.
Essa diretriz, que vai nortear o neurologista norte-americano, se baseou em algumas pesquisas da Mayo Clinic (Rochester). Ela mostrou aumento do comprometimento com a idade, ou seja, de 6,7% entre os 60 e 64 anos, de 8,4% entre 65 e 69 anos, de 10,1% dos 70 aos 74 anos, e alcançando 25,2% aos 84 anos. A demência mais avançada nessas pessoas mais idosas apareceu em 14,9% delas.
A recomendação do que fazer é bem ampla: usar como treinamento neurocognitivo os jogos de mesa (ou até mesmo os de celular) e agregar o exercício físico como uma importante e conhecida ferramenta cardiológica e ortopédica. Agora validada pela melhora do comportamento cognitivo com alguma deficiência.
Outra pesquisa reuniu dois mil indivíduos com idade média de 77 anos e cognitivamente normais. Ela mostrou que os praticantes de atividades físicas tiveram 22 a 30% menos risco neurológico do que os sedentários para desenvolver comprometimento cognitivo leve até quatro anos depois.
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As associações entre o risco do CCL diminuído, o uso do computador e ser ativo socialmente também foram significativos naqueles que carregavam a apolipoproteína (Apo-E), a única até agora formalmente associada ao aparecimento da demência de Alzheimer.
“Esse nível de redução de risco com base em atividades foi impressionante. Nunca é tarde demais para se envolver nessas simples atividades que estão bem no nosso nariz, segundo a autora principal Yonas E. Geda, da Mayo Clinic School of Medicine”.