“Pela primeira vez, uma resolução específica o conteúdo programático para a Educação Física”. Foi o que concluiu a prof. Iguatemy Martins, conselheira do Conselho Federal de Educação Física (CONFEF), durante debate sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Graduação em Educação Física (resolução CNE 06/2018), realizada na última sexta-feira (12), no Centro do Rio. O encontro também contou com a presença dos membros do Conselho Regional de Educação Física (CREF1), representantes das Instituições de Ensino Superior e das Comissões de Profissionais de Educação Física do Rio de Janeiro. A resolução, aprovada no último ano, entrará em vigor em 2020.
A profissional destaca a revisão da resolução 7/2004 e 4/2004 das diretrizes antigas às novas demandas da área e o Plano Nacional de Educação. As principais mudanças circulam na definição dos campos de abrangência e a incorporação do campo de inovação ao projeto pedagógico. “No âmbito da formação do projeto pedagógico, a incorporação das ações se manifestam a partir de metodologias ativa e da integração das formações, vinculando, de certa forma, a teoria e prática”, disse prof. Iguatemy.
Outro ponto importante destacado pela especialista durante a palestra foi a pauta de ação do Bacharelado e Licenciatura. Na resolução 06/2018, a primeira fica com atuação próxima ao Sistema Único de Saúde, Esporte e Lazer, sendo vinculada diretamente à área da saúde, e a segunda focada à formação dos professores. As competências e amplitudes devem ser pautadas na experiência real, problematizada e na evidência científica, convergindo para a área do conhecimento. “A resolução traz essa linguagem que é muito íntima da área médica. A gente tem que caminhar para se consolidar como uma área cientifica que produz conhecimento e evidências científicas que irão considerar como uma área do conhecimento”.
Como crítica, Iguatemy informou que leu todos os itens da resolução e afirma que muitos dos que foram expostos, como o art. 20, possibilita mais uma interpretação. “Eu li item por item para tentar organizá-las mentalmente com o objetivo de tentar entendê-las, então cheguei a conclusão de que não consigo entender essa resolução nova sem recorrer as antigas resoluções, leis, decretos, portarias, ofícios do CNE e notas técnicas. “Não podemos simplesmente pegar a 06\2018 sem as outras documentações”.
Para concluir, a professora alertou que a luta pela garantia do espaço do profissional é uma luta permanente de ocupação de espaço e conquista, que só será garantido se os profissionais atuem como categoria. “Precisamos ser uma categoria em defesa da nossa profissão e espaço, porque a atividade física é o melhor remédio que existe no mundo e todos da saúde querem ser donos e indicar esse medicamento”. Ela afirma que encontrou como o que foi promovido pelo CREF1 mostra que a Educação Física é uma categoria.
Ao final do evento, o presidente do Conselho, prof. Rogério Melo, prestou homenagem à palestrante, através da entrega do Discóbolo de Míron. “O CREF1, que adotou o ícone maior da Educação Física como símbolo do nosso conselho, o Discóbolo de Míron, tem a honra de homenagear a prof. Iguatemy pela atuação e comprometimento com a Educação Física”.